domingo, 14 de agosto de 2011

Parecem estar em movimento, mas não estão.
É apenas uma ilusão de ótica.
Conhecer os requintes da percepção parece ser bem interessante.
Conhece-te a ti mesmo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O Fotógrafo

Difícil fotografar o silêncio. entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa. Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre. Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de braços com
Maiakovski - seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Nenhum outro poeta no mundo faria uma roupa mais
justa para cobrir a sua noiva.
a foto saiu legal.

Manoel de Barros

sábado, 29 de janeiro de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

A banalidade da comunicação!


Os grandes escritores são verdadeiros artistas da linguagem. Quando estão inspirados ou mesmo quando resolvem escrever, escolhem as palavras como notas harmônicas, garimpam cada vírgula, cada gesto de pensamento.

Trazem boas novas, pensamentos agudos e ideias explosivas, não querem simplesmente dizer "bobagens cotidianas". A escrita como arte do pensamento está ficando enfraquecida com os milhares de sites e twitters e afins sem conteúdo, pois o fôlego está ficando pequeno, as ideias estão ficando toscas, como acontece na música atualmente, onde a harmonia e a profundidade melódica não mais estão sendo ouvidas, somente sons primitivos, curtos e mortos.

O conteúdo ainda é e sempre será nossa meta! Lutemos contra o banal, pois este mostro pode nos engolir com suas pequenas idiotices.


Podemos ser como o mar que absorve até mesmo os rios mais sujos.

Sejamos o mar profundo meus amigos ou quem sabe podemos mudar para Marte!